Em 1904, fazendo-se sentir na vila da Póvoa de Lanhoso a falta de “um corpo de bombeiros”, regalia de que já dispunham vários outros concelhos do distrito de Braga, o benemérito António Ferreira Lopes decidiu dar-lhe vida.
Para o efeito disponibilizou uma sala no rés-de-chão da casa de espetáculos que acabara de mandar edificar na terra (o Theatro Club), pagou do seu bolso os custos com fardamentos e restante material de combate a fogos, entre o qual se encontrava um carro de tração animal para transporte de homens, e pediu a seu irmão Emílio António que, por estar a residir permanentemente na vila, assumisse a presidência e comando da instituição. António Lopes ofereceu aos bombeiros, pouco depois, um carro fúnebre, passando a corporação a fazer o transporte de cadáveres ao cemitério.
Na mesma época, dotou os Bombeiros de uma banda filarmónica que fez a delícia dos muitos melómanos do concelho, incluindo-se nesse grupo o próprio fundador.
Com altos e baixos, com desistências e refundações, a corporação foi resistindo às dificuldades causadas pelas condicionantes do tempo. Em 1912, foi a corporação refundada depois de cerca de dois anos de inação, adquirindo nesse ano, ainda com dinheiro de António Lopes, novos materiais e mais um veículo de combate a incêndios (carro com bomba manual) e, em meados da década de 1930, estando já morto o fundador, foi mais uma vez refundada, tendo a partir dessa altura atingido definitiva estabilidade, sobretudo devido ao esforço e competência do grande comandante em que se transformou Luís Pinto da Silva.
De então para cá, a corporação povoense, tendo conhecido várias direções, comandantes, segundos comandantes, chefes e bombeiros, afrmou-se como uma das mais valorosas da região
Na década de 1980 a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso vendeu à câmara o Theatro Clube, que, entretanto, na década de 1950, lhes tinha sido doado pelo casal Anita Guimarães Lopes e Dílio Silva, construindo um novo quartel na avenida da República.
Este quartel foi ampliado na primeira década do século XX, sendo hoje reconhecido como um dos melhores quartéis da região.